#somostodasAdelir

07 de April , 2014

Este mês de abril começou com uma notícia chocante para nós, brasileiros, e para todos os cidadãos do mundo que conhecem e primam pelos diretos humanos. Uma gestante da cidade de Torres/RS foi levada para o hospital, durante seu trabalho de parto, por policiais armados que tinham em mãos uma ordem judicial.

Adelir, esta mulher de 29 anos, tinha duas cesáreas e em sua terceira gravidez queria ter um parto natural. Os fatos que contam em detalhes esta história podem ser encontrados nos links que listaremos ao final deste post. Em síntese, Adelir esteve no hospital bem no comecinho de seu trabalho de parto, quando realizou exames de rotina que mostraram que o bebê estava bem. Mesmo diagnosticando isso a médica disse que Adelir deveria ser internada no hospital e realizar uma cirurgia cesariana para ter seu bebê. Ela se negou pois queria ter um parto. Quis voltar para cassa e aguardar o trabalho de parto evoluir para então retornar ao hospital. A médica, então, solicitou que ela assinasse um termo de responsabilidade sobre esta decisão. Adelir o fez e seguiu para casa.

Durante a madrugada viaturas da polícia e uma ambulância chegaram em sua residência, com uma ordem judicial para leva-la, mesmo que contra sua vontade, ao hospital para realizar procedimento indicado pelo médico. A ordem judicial havia sido concedida pela juíza da cidade, que fora acionada pelo promotor de justiça, que, por sua vez, fora acionado pela médica do hospital que alegava  risco de vida para aquele bebê e aquela mulher caso uma cesariana não fosse realizada.

Não é nosso objetivo aqui analisar tecnicamente os fatos, até porque isso não é necessário para afirmarmos que houve violação dos direitos humanos e que houve violência obstétrica. O movimento pelo PARTO ATIVO, criado em 1982 por Janet Balaskas, surgiu assim, exatamente a partir de um caso de violação do direito da mulher sobre seu corpo e o nascimento de seu filho!

Foi a violência, a dor, a humilhação de uma companheira durante o parto, que fez com que Janet organizasse a passeata histórica que reuniu 6.000 em Londres, e a realidade do atendimento ao parto na Inglaterra começou a mudar!

Acreditamos que estamos vivendo esse processo em nosso país. As mulheres estão se levantando das mesas obstétricas, fincando seus pés no chão e retomando seu poder sobre o nascimento de seus filhos.

Nós apoiamos este movimento, nós somos estas mulheres, nós desejamos esta revolução!

No próximo dia 11/04 ocorrerão atos e manifestações contra este episódio trágico. Reforçamos que não estamos tratando aqui de se ter parto ou cesárea, estamos falando de violação de diretos humanos, de liberdade feminina para escolher a via de nascimento de seu filho.

Confira no site geral da manifestação a agenda em sua cidade:

http://somostodxsadelir.wordpress.com/agenda-do-ato-nacional/

Mais informações sobre o caso:

http://somostodxsadelir.wordpress.com/

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